sexta-feira, 18 de março de 2016

EXAMES DE SANGUE - VENOPUNÇÃO


Os exames de sangue são feitos rotineiramente em laboratórios em todo local, tanto para medicina humana quanto medicina veterinária. São extremamente importantes em diagnósticos de diversas doenças de qualquer origem. Onde tais exames são feitos com retirada de uma pequena quantidade do sangue de vasos sanguíneos do paciente, a venopunção.
O sangue (muito importante no transporte de nutrientes e oxigênio e retirando o gás carbônico em toooodo o corpo!) circula por meio de um sistema fechado de vasos, que penetram por todo tipo de tecido, se ramificando e diminuindo seu tamanho. Sendo, geralmente, as veias que retiram o gas carbônico e as artérias levam o oxigênio para os tecidos.
Esquema do Sistema Circulatório, fechado.

As artérias ficam mais internas, enquanto as veias ficam mais superficiais, sendo por elas onde vão se realizar as venopunções, justamente pela sua localização. São feitas em veias mais calibrosas, as quais estão de forma mais aparente, facilitando o trabalho.
Foto demostrando as superficialidade das veias e profundidade das arterias. No braço humano, mas que pode ser comparado com os animais.

Primeiramente, é feito um garrote no local onde têm-se a veia a qual irá se realizar o procedimento, e irá fazer a venopunção anteriormente ao garrote. A veia irá se encher de sangue e facilitará a visualização e penetração da agulha no local certo; pois, como as artérias são mais internas, não terão a ação do garrote que impediria o fluxo sanguíneo, enquanto as veias sim; no caso, o sangue irá chegar, mas não irá escoar no seu fluxo em direção ao coração.

As principais veias utilizadas para venopunção:

  • Veia jugular
Jugular em azul, destacado.

Aplicação de agulha na jugular de um equino.

Venopunção na jugular de um gato.


  • Safenas – safena lateral

Safena bem aparente, paralelo a linha amarela maior.

Safena em azul.


  • Cefálica


Venopunção em um cão.



  • Femurais



Femoral destacada, paralela a linha azul.

Artéria Sacral Mediana - punção sanguinea.

Retirada de sangue também realizada em uma artéria, feita em bovinos.
Seta aponta para arterial sacral medial.

Seta aponta arteria sacral mediana.

domingo, 13 de março de 2016

De olho no coração dos Pets

Nos posts anteriores vimos o funcionamento do sistema cardiovascular, hoje iremos falar sobre algumas curiosidades e patologias cardíacas que afetam nossos companheiros de quatro patas.

   As doenças cardíacas em cães e gatos são cada vez mais comuns em nosso cotidiano. Dados estatísticos servem como alerta para os donos de cães e gatos: um em cada dez animais tem ou irá desenvolver alguma doença cardíaca. Tal fato deve-se a maior longevidade atingida atualmente pelos animais.
Fonte: Thinkstockphotos
Geralmente as doenças cardiovasculares ocorrem de forma progressiva, ou seja, lentamente. Uma série de fatores podem causar as doenças cardíacas ou contribuir para aumentar seu risco. Entre eles estão fatores genéticos, ambientais, hereditária, parasitas, alimentação, idade dos animais, entre outros...
Na maioria dos casos as cardiopatias são provocadas por um defeito no músculo cardíaco o nas válvulas cardíacas. Os cães de raças grandes, como o Dogue Alemão, Boxer, Serra da Estrela, etc...apresentam maior risco de desenvolver doenças do músculo cardíaco e os de raças pequenas, como o Poodle, Yorkwshire Terrier, etc...são mais frequentemente afetados por doenças das válvulas cárdicas. Nos gatos, a doença cardíaca com maior incidência (cerca de 27%) é a cardiomiopatia hipertrófica, com potencial hereditário bastante significativo em raças como a Persa e a Main Coon.
Vista do músculo cardíaco e da válvula cardíaca.
Os principais sintomas encontrados nos animais cardiopatas são a intolerância a exercícios, o cansaço, a tosse noturna e os desmaios. Os gatos tendem a mascarar melhor os sintomas, neles ocorrem a paralisia dos membros posteriores, a qual é uma complicação severa originada por um trombo que se forma no coração e que se desloca pela corrente sanguínea. Pode alojar-se na bifurcação da artéria aorta que vasculariza os membros posteriores, obstruindo o seu fluxo sanguíneo. 
Um bom exame clínico é muito importante no diagnóstico das doenças cardíacas, incluindo a ausculta do coração, a análise das mucosas, do tônus venoso e da pressão arterial. O ritmo cardíaco é avaliado pelo eletrocardiograma e pelo Holter, enquanto a anatomia cardíaca e o fluxo, pelo ecocardiograma. Também são muito úteis a radiografia e a tomografia computadorizada no diagnostico diferencial. Exames de sangue e testes sorológicos podem quantificar o grau de lesão miocárdica e a presença de dirofilárias no coração.
Veja agora como funcionar algumas técnicas de diagnósticos para doenças cardiovasculares utilizadas nos animais:

- Eletrocardiograma:
O eletrocardiograma é um teste diagnóstico valioso em medicina veterinária e de obtenção relativamente fácil. Ele é indicado para determinar o ritmo cardíaco e diagnosticar arritmias cardíacas em animais com cansaço fácil e/ou desmaios. Ele também é muito indicado como exame de avaliação pré-anestésica em pacientes que serão submetidos a algum procedimento cirúrgico.
Fonte: Cardiologia.vet.br

- Ecodopplercardiograma:
O ecodopplercardiograma é um dos exames mais importantes para o diagnóstico de doenças cardíacas de cães e gatos. Com ele é possível avaliar, de maneira não invasiva, detalhes da morfologia e função do músculo e valvas cardíacas, assim como obter informações sobre o fluxo sanguíneo através das valvas e grandes vasos. Para a realização do exame não há necessidade de preparo prévio, porém pode ser necessária a tricotomia da região do tórax.

- Pressão Arterial:
A aferição da pressão arterial é um exame muito importante principalmente nos pacientes com doenças cardíacas, renais e endócrinas, como hiperadrenocorticismo, hipertiroidismo e diabetes. Essas doenças podem provocar hipertensão arterial sistêmica, uma doença silenciosa que, em longo prazo, pode resultar em lesões oculares, neurológicas e piorar ou desencadear doenças cardíacas e renais. A pressão arterial é mensurada de maneira simples e rápida por método não invasivo através do Doppler vascular, um equipamento que detecta o som do fluxo sanguíneo na artéria.
Fonte: Cardiologia.vet.br

  - Holter (EGC 24h):

 O holter é um eletrocardiograma 24 horas e é indicado para diagnosticar alguma arritmia não verificada no eletrocardiograma de repouso, ou para avaliar o risco de pacientes já com histórico de arritmias ou cardiopatias. Para a realização desse exame é necessário um acompanhamento do paciente pelo proprietário, já que o mesmo deverá fazer um diário, relatando as principais atividades do animal durante o dia do exame. O monitor do holter é preso no dorso do paciente através de um colete e este fará a gravação do ritmo cardíaco durante as 24 horas de exame.

Fonte: Cardiologia.vet.br




sexta-feira, 4 de março de 2016

CIRCULAÇÃO FETAL


Na postagem anterior, vimos que a circulação menor ocorre o transporte de sangue desoxigenado do coração para os pulmões, onde se realiza as trocas gasosas que sai o CO2 e entra o O2, depois dessa oxigenação o sangue e devolvido ao coração, posteriormente distribuído por todo corpo dos animais adultos.
Durante a vida fetal, a placenta reúne as funções que mais tarde são desempenhadas pelos pulmões, rins, intestino e parcialmente como fígado e adrenal, para que o feto garanta suas necessidades básicas. Na circulação fetal a placenta e considerada o pulmão do feto, também sua principal função é transportar nutrientes (glicose, proteínas, gorduras, vitaminas, sais minerais) e oxigênio da circulação da mãe.
Como não existe respiração pulmonar no feto, os pulmões não estão expandidos e oferecem considerável resistência ao fluxo sanguíneo. O ventrículo direito trabalha contra esta resistência e contra a pressão da aorta, em virtude da comunicação entre a pulmonar e aorta, através do ducto arterioso. Deste modo, a parede do ventrículo direito é tão espessa quanto à do esquerdo, ou mais espesso, antes do nascimento. O coração é formado por dois tubos simples.

 Como ocorre a circulação Fetal?


O sangue arterial chega na placenta para o feto, através de uma veia umbilical é a saída do sangue venoso e através de duas artérias umbilicais no feto que consiste o final da aorta abdominal (figura 1).

Figura 1: A-Cordão umbilical(formado pela veia umbilical, as 2 artérias umbilicais e o úraco), B-úraco, C-artéria umbilical

O sangue arterial entra na circulação fetal pela veia umbilical, uma parte passa para circulação hepática, enquanto o resto passa através do ducto venoso entre a veia umbilical e a veia cava caudal, através do fígado (figura 2) e se junta ao sangue da veia cava caudal, que é menos oxigenado, pois retorna da parte inferior do corpo fetal e da circulação hepática.


Figura 2: Ducto venoso ligamento da veia umbilical a cava.

  O sangue proveniente da veia cava caudal, entra no átrio direito e é direcionado pelo forame oval e válvula (figura 3) para o átrio esquerdo. Do átrio esquerdo o sangue vai para o ventrículo esquerdo e é ejetado para a aorta ascendente, é distribuído para todo o organismo, como irrigar o miocárdio, o cérebro e membros superiores, por ser o sangue com melhor concentração de O2.


Figura 3: Forame Oval  ligamento doatrio direito ao  atrio esquedo.


Antes dessa distribuição, a aorta recebe sangue do tronco pulmonar, por meio de uma comunicação entre estes dois vasos, denominada ducto arterioso está situado entre a artéria pulmonar e a aorta (figura 4).


Figura 4: Ducto Arterioso ligamento da Artéria Pulmonar a Aorta.

O sangue menos oxigenado e com menos substratos nutritivos vem da veia cava cranial (alta extração de O2 pelo cérebro) e da circulação coronariana (alta extração pelo miocárdio) desembocando no átrio direito, seguindo pela válvula tricúpide e ventrículo direito. Do ventrículo direito o sangue é ejetado na artéria pulmonar (figura 5). Como a circulação pulmonar está quase toda fechada, (somente uma pequena quantidade de sangue entra no ventrículo direito entra nos pulmões para a oxigenação e nutrição dos seus tecidos), a maior parte desse sangue passa através do canal arterial irrigando a parte inferior do corpo e indo para a placenta pelas 2 artérias umbilicais, que o retornam à placenta para nova oxigenação.





Figura 5: Ilustra esquematicamente a circulação fetal.